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Dados levantados em estatística pesqueira vão subsidiar a criação de políticas públicas para o setor

É com amor e brilho nos olhos que José Henrique Braz fala sobre a pesca. Ele é tão apaixonado pelo ofício, que nem sente o tempo passar quando conversa sobre as técnicas para se capturar os frutos do mar, iscas, tarrafas, melhores pontos para a pescaria. Com 59 anos de idade, 30 deles são dedicados à atividade pesqueira. O que para o pai era um complemento da renda, para ele, se tornou profissão com direito a registro, desde 1993.  “Comecei mergulhando para pescar siri na Lagoa de Araruama. Depois tomei gosto pelo mergulho, fiquei fascinado com a natureza e passei a pescar com arpão pela costa da nossa região, desde Arraial do Cabo até Armação dos Búzios”, relata o pescador.

Com tantos anos de experiência, ‘Zé’, como é chamado pelos mais íntimos, já conhece os melhores pontos de navegação, a oscilação das marés, a influência do clima na pesca, o melhor período para capturar determinada espécie. Mas apesar do conhecimento empírico, passado por gerações, ele também busca na ciência, novos aprendizados. “Me formei em tecnólogo em Produção Pesqueira e faço a graduação em Biologia. Por meio do meu projeto de iniciação científica, ajudo a pesquisar sobre o desenvolvimento do camarão na Praia do Siqueira e o período de reprodução da espécie”, ressalta José Henrique.

A pesca é uma das principais atividades econômicas da Região dos Lagos, mas apesar de haver pesquisas pontuais sobre o tema, até o ano passado, a atividade não era mapeada. Para efetuar um levantamento sobre a caracterização social, econômica e ambiental da pesca na laguna, o projeto Imersão, da Universidade Veiga de Almeida, em parceria com a Prolagos, está realizando uma estatística pesqueira. “Muito tem se falado sobre o quanto a pesca na lagoa está em expansão, mas não há dados comprobatórios. Para isso, estamos efetuando um controle de desembarque, levantando informações como: as principais espécies capturadas, quantidade de pescado, preço da venda do produto e o que o setor movimenta anualmente de recursos financeiros. Este conjunto de informações irá ajudar a consolidar a importância do setor”, explica Eduardo Pimenta, professor de Engenharia Ambiental da universidade e coordenador do Projeto Imersão.

A pesquisa aponta que para cada emprego dentro da água, outros quatro são gerados em terra firme, em áreas como elétrica, eletrônica, venda de gelo, construção naval e transporte. Para o presidente da colônia de pesca Z-4 e vereador de Cabo Frio, Alexandre Marques, a estatística vai muito além de um levantamento do que é pescado. “Para o pescador, os dados fornecidos podem servir para comprovação do trabalho, dando seguridade no futuro para uma aposentadoria ou como um comprovante de renda. Além disso, é uma forma de criarmos políticas públicas em prol da nossa classe”, afirma Alexandre.

Com 85% das praias banhadas pela laguna com boas condições de balneabilidade, de acordo com dados do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), os pescados capturados na região abastecem cidades do estado do Rio de Janeiro, e das regiões Norte e Nordeste. “Estamos sempre em busca de melhores soluções para promover a qualidade de vida da população e do meio ambiente. Com o auxílio dos investimentos que fizemos até aqui, já é possível observar a melhora da qualidade ambiental da laguna. Os cavalos-marinhos voltaram a habitar a lagoa e os pescadores celebram a quantidade de pescado”, pontua o diretor-presidente da Prolagos, Pedro Freitas.

Para proteger ainda mais a Lagoa de Araruama, um dos principais cartões-postais da Região dos Lagos, a concessionária vai construir 26 km de cinturão coletor de esgoto, que se somarão aos 38 km já existentes, concluindo a blindagem da laguna. Com o investimento de mais de R$50 milhões, a rede, no modelo coleta em tempo seco, receberá o esgoto que sai dos imóveis e levará até a estação de tratamento. O primeiro local a receber a implantação, em julho deste ano, é Ubás, em Iguaba Grande, onde o Rio Salgado também será protegido. Também fazem parte do cronograma os bairros: Praia do Siqueira, Recanto das Dunas, Vila do Sol, Jacaré (próximo ao Mercado de Peixe) e Porto do Carro, em Cabo Frio; Vinhateiro, Baixo Grande, Nova São Pedro e Campo Redondo, em São Pedro da Aldeia; e na Vila Industrial, em Arraial do Cabo.

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