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Além de Búzios e Cabo Frio que já possuem a certificação, praias banhadas pela Lagoa de Araruama, em São Pedro e Iguaba, também estão concorrendo ao selo

Na Região dos Lagos as praias são um dos atrativos mais procurados por moradores e turistas. Grande parte delas possuem areias brancas, águas cristalinas e muitas opções de lazer. Já outras, conquistaram também um diferencial importante: o selo ‘Bandeira Azul’, programa que desafia autoridades locais, gestores e a própria comunidade, a alcançarem altos padrões em quatro quesitos principais: qualidade da água, segurança, gestão e educação ambiental. Ao longo dos anos, a certificação tornou-se um rótulo ecológico muito respeitado nos setores de turismo e meio ambiente, nacional e internacional.

Em Armação dos Búzios, localizada em uma área dentro do Parque Estadual da Costa do Sol e cercada por rochedos, e vegetação de restinga e savana estépica, a Praia do Forno hasteou a ‘Bandeira Azul’ pela primeira vez, no ano passado. Já em Cabo Frio, a Praia do Peró é uma veterana. Pela quinta vez consecutiva, a enseada conquistou a certificação. Para a temporada 2022/ 2023, os locais cumpriram 34 critérios específicos exigidos pelo ‘Bandeira Azul’, sendo necessária a comprovação anual do cumprimento dos requisitos para manter a certificação.

Duas praias banhadas pela Lagoa de Araruama também estão concorrendo neste ano: em São Pedro da Aldeia, a Praia das Pedras de Sapeatiba; e a Praia de Ubás, em Iguaba Grande. Caso alcancem a certificação, os municípios serão os únicos do estado do Rio de Janeiro com uma enseada lagunar a conquistarem o selo Bandeira Azul. No Brasil, o estado de Santa Catarina chegou a obter o prêmio, mas não manteve o título. Caso a região Sul não recupere o reconhecimento, a Lagoa de Araruama será a única laguna a hastear a bandeira no país. “Estamos reunindo toda a documentação necessária para comprovar o cumprimento dos 34 requisitos. No fim deste mês, o júri nacional vai decidir quem continua no processo, para que no fim do ano, o júri internacional decida quais praias serão certificadas para a temporada 2023 / 2024”, explica Paloma Arias, consultora do Bandeira Azul.

Entre as ações para se adequar aos critérios exigidos, estão a coleta e análise da qualidade da água das praias, que são feitas duas vezes por semana. A iniciativa é feita com o apoio da Prolagos, que capacita os funcionários das prefeituras para que as coletas sejam realizadas adequadamente, e encaminha as amostras a um laboratório credenciado no Instituto Estadual do Ambiente (Inea). “Estudos apontam que 85% das praias lagunares estão em boas ou ótimas condições de balneabilidade. Ter uma água com qualidade é um importante ponto para que a certificação seja concretizada e o saneamento básico é fundamental para que isto aconteça. Além disso, quando o meio ambiente está em equilíbrio, traz saúde para a sociedade, proporciona fonte de renda para os moradores e ajuda a fomentar o turismo”, pontua Eduardo Pimenta, biólogo e coordenador do Imersão, projeto da Universidade Veiga de Almeida, que realiza o monitoramento da água da laguna.

Com os investimentos de cerca de R$ 1,4 bilhão feitos pela Prolagos, em 25 anos de atuação, a coleta de esgoto saltou de 0% para 80%, e 100% do que é coletado, é tratado, impedindo que o esgoto dos imóveis seja lançado nos mares e lagoas da região. Outra iniciativa para preservar a laguna, é a construção do cinturão de proteção no entorno do corpo hídrico. Para se somar aos 38 km de rede já implantados, a empresa está realizando obras para a conclusão da barreira protetora.  Serão investidos mais de R$50 milhões, na implantação de 26 km de cinturão coletor.

Desde 2022, a concessionária iniciou a etapa de conclusão do cinturão.  A construção foi iniciada no bairro Ubás, em Iguaba Grande. No local foi implantado um quilômetro de rede coletora, uma caixa de captação em tempo seco, sistema adotado na região, que intercepta o esgoto da rede de drenagem pluvial; e uma estação elevatória, que irá bombear o material até a Estação de Tratamento de Esgoto da cidade. Em paralelo, na Praia do Siqueira, em Cabo Frio, cerca de três quilômetros de rede separativa foram instalados. Na segunda etapa da obra, estão sendo construídos um poço de visita, uma estação elevatória e aproximadamente 300 metros de rede de recalque, reforçando a proteção ao meio ambiente e beneficiando aproximadamente 1.400 moradores. Às margens da laguna também foi implantada uma caixa de captação em tempo seco.  Também fazem parte do cronograma da obra os bairros: Recanto das Dunas, Vila do Sol, e Porto do Carro, em Cabo Frio; Vinhateiro, Mossoró, Baixo Grande e Nova São Pedro, em São Pedro da Aldeia.

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