Postado por [email protected] em 13/nov/2019 -
A Lagoa de Araruama possui características próprias que influenciam diretamente na sua aparência, ficando em alguns meses com águas claras e límpidas e em outros com a coloração escura. As influências vão desde a direção e velocidade dos ventos, movimento de marés e baixa profundidade.
Por ser a Lagoa de Araruama o corpo receptor do efluente tratado das estações de tratamento da Prolagos, e, justamente, pelo nosso sistema manter o mesmo padrão durante todo o ano, buscamos na Coppe/UFRJ e na UFF a explicação técnica sobre as mudanças na laguna.
Os levantamentos apontaram que a coloração da água é dada pela presença das microalgas, que é elevada quando a água está escura e muito baixa quando está clara. Responsável pelas análises da água, o doutor em Oceanologia e professor da UFF, Júlio Wasserman, esclarece que a possível explicação para a variação pode estar nas reações que acontecem no material que constitui o fundo da lagoa, o sedimento.
“Aparentemente, a quantidade de fósforo e nitrogênio que entra pelos esgotos e pela atividade humana no entorno da laguna é a mesma o tempo todo, só que quando a água fica clara, parece que o fósforo é sequestrado no sedimento (retirado da coluna d’água para o solo). Ainda não sabemos como isto acontece, mas está claro que as modificações que ocorrem nesse ecossistema não estão relacionadas à diluição pelas águas do mar, nem por entradas de esgoto. Estão exclusivamente relacionadas a processos que ocorrem no sedimento. Fizemos um balanço para avaliar se os aportes de esgotos brutos e tratados podem ser responsáveis pelas águas escuras e os nossos cálculos indicam que a quantidade de nutrientes lançados na laguna é pelo menos 10 vezes inferior ao necessário para manter a produção das microalgas. Isto reforça a hipótese de que o fósforo efetivamente vem do sedimento”.
A Prolagos está comprometida com a preservação do meio ambiente e com a qualidade de vida dos moradores da sua área de concessão. A boa safra após o fim do período de defeso neste ano, reforça que estamos no caminho certo. Queremos ir além e continuamos investindo para a melhoria contínua dos nossos serviços e do ecossistema.
Postado por [email protected] em 26/jul/2019 -
O estudo de hidrodinâmica da Lagoa de Araruama, contratado pela Prolagos à Coppe|UFRJ, foi apresentado na manhã desta sexta-feira (26) durante reunião do subcomitê da Lagoa de Araruama, ligado ao Comitê de Bacia Hidrográfica Lagos São João. A iniciativa teve como objetivo compartilhar as informações e as fases do projeto com os membros do grupo e da sociedade civil organizada. Participaram da reunião o prefeito de Cabo Frio, Adriano Moreno, representantes de movimentos de pescadores, ambientalistas, Inea, OAB, entre outros.
Durante o encontro, realizado na Universidade Veiga de Almeida, em Cabo Frio, os coordenadores do projeto, professor Paulo Cesar Rosman, Ph.D. em Engenharia Costeira e professor titular do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica/UFRJ, e o professor da UFF, Júlio Wasserman, doutor em Oceanologia, explicaram o passo a passo do trabalho, os cenários que serão analisados e destacaram que pela primeira vez estão sendo levantados diversos parâmetros simultaneamente.
A reprodução digital da Lagoa de Araruama tem como objetivo promover simulações computacionais de possíveis intervenções como dragagem e abertura de canal para identificar quais ações irão proporcionar a sua melhoria ambiental. O relatório final será compartilhado com representantes dos governos Federal, Estadual e Municipal e Consórcio Intermunicipal Lagos São João para que tenham subsídios técnicos para definirem suas ações baseados em informações técnicas.
O professor Paulo Rosman apresentou o Sistema Base de Hidrodinâmica Ambiental (SisBaHia), desenvolvido pela UFRJ, utilizado para fazer a modelagem computacional. O pesquisador ressaltou a importância da participação da sociedade. “Este é um trabalho de diagnóstico e análise de possíveis alternativas para melhorar as condições da Lagoa de Araruama, que é um ecossistema complexo e, justamente por isso, não acontecerá de uma hora para outra. Recebemos contribuições de pescadores e técnicos, que estiveram na Coppe acompanhando o trabalho e trocando informações. Essa participação faz com que este estudo fique ainda mais completo”, disse.
Vice-presidente do Consórcio Intermunicipal Lagos São João, o prefeito Adriano Moreno participou de toda a reunião e reforçou a contribuição do estudo para a gestão ambiental da laguna. “É a primeira vez que vamos sair do achismo e contar com um projeto técnico para nos orientar na tomada de decisão. Que a lagoa passou por um grande período de deterioração por muitos anos todo mundo sabe. Agora precisamos tomar medidas que minimizem esses impactos a curto prazo e desenvolver ações para que no futuro não tenhamos mais os mesmos problemas”, disse Adriano.