Mulheres de comunidades tradicionais da região recebem capacitação em empreendedorismo

Postado por [email protected] em 18/mar/2024 - Sem Comentários

Iniciativa da Prolagos, em parceria com o Sebrae e a Casa Museu Carlos Scliar, reuniu artesãs do Quilombo da Baía Formosa, em Armação dos Búzios, e do Parque das Garças, em Arraial do Cabo

A Prolagos, em parceria com o Sebrae e a Casa Museu Carlos Scliar, promoveu uma capacitação em empreendedorismo para um grupo de moradoras de comunidades tradicionais da Região dos Lagos. Artesãs do Quilombo da Baía Formosa, em Armação dos Búzios, e do Parque das Garças, em Arraial do Cabo, participaram da atividade.

O encontro teve por objetivo ajudar as trabalhadoras a transformarem seu artesanato em uma atividade rentável. As mulheres assistiram a palestras sobre o a elaboração e a execução de planos de negócios e a utilização das redes sociais para a divulgação dos trabalhos de cerâmica, no caso das quilombolas buzianas, e de biojoias, produzidas pelas artesãs da comunidade pesqueira cabista.

Segundo a analista do Sebrae, Karina Monteiro, a capacitação ajudará as artesãs a alavancarem os seus negócios.

“É muito importante um momento como esse, de parceria com a Prolagos e com a Casa Museu Carlos Scliar, para ajudar essas mulheres que exercem uma atividade empresarial, e muitas vezes não se reconhecem como tal, a se reconhecerem; e criar um plano de ação para que elas possam, tanto em nível pessoal quanto profissional, se desenvolverem, e crescerem”, explica.

Integrante do programa Somos Divas na Luz do Candeeiro, Valquíria dos Santos Conceição, do Quilombo da Baía Formosa, exaltou a possibilidade de se desenvolver como empreendedora e o fortalecimento da cadeia econômica da comunidade.

“Essa capacitação vai ajudar muito a fortalecer o nosso quilombo. É geração de renda, e que vai levar a gente a nos aprofundar mais o conhecimento. O pessoal aqui está empoderado, as mulheres são poderosas”, destaca a artesã.

Para essas mulheres, ter a possibilidade de desenvolvimento empresarial representa não apenas maior autonomia do ponto de vista financeiro, mas uma injeção de autoestima. Angélica Braz, do setor de Responsabilidade Social da Prolagos, ressalta o poder transformador da realidade que oficinas e capacitações como essa proporcionam às participantes.

“Essas iniciativas são muito importantes, pois dão a elas as ferramentas necessárias para que se desenvolvam como empreendedoras, tornando-se ainda mais donas dos seus próprios destinos. Por isso, sempre que realizamos essas atividades, há um grande engajamento dessas mulheres”, comentou.

Somos Divas na Luz do Candeeiro

O programa foi criado no começo da pandemia, em 2020, sendo implantado inicialmente no Quilombo da Baía Formosa, em Búzios. Nas edições seguintes, a iniciativa da Prolagos, em parceria com o Instituto Carlos Scliar, foi estendida para outras comunidades tradicionais, como o Quilombo da Caveira, em Botafogo, São Pedro da Aldeia; e Maria Joaquina, em Cabo Frio. São realizadas oficinas de cerâmica, fomentando a representatividade e independências das participantes. A ação ocorre em consonância com o programa Respeito Dá o Tom, de igualdade e diversidade racial desenvolvido pela Prolagos e as demais empresas do grupo Aegea.

Oficina de Biojoias

A oficina de biojoias é uma iniciativa apoiada pela Prolagos desde 2021, para produção de bijuterias feitas com escamas de peixes por artesãs da comunidade pesqueira do Parque das Garças, no distrito de Figueira, em Arraial do Cabo. O projeto proporciona o empoderamento das participantes e a possibilidade de complementação da renda por meio da atividade manual.

Projeto ensina arte da cerâmica a mulheres do Quilombo Baía Formosa

Postado por [email protected] em 24/set/2020 - Sem Comentários

Desenvolvida pelo Instituto Carlos Scliar e Prolagos, a iniciativa estimula a geração de renda por meio do empoderamento feminino

 

Fomentar a representatividade, a liberdade e a independência das mulheres moradoras das comunidades quilombolas; estimular o potencial criativo; capacitá-las à pesquisa, criação e venda das peças e apoiar na complementação da renda. Estes são alguns objetivos do projeto “Somos divas na luz do candeeiro”, desenvolvido pelo Instituto Carlos Scliar, em parceria com a Prolagos, que oferece oficina de cerâmica a mulheres do Quilombo Baía Formosa, em Armação dos Búzios.

Cumprindo as novas regras de convivência para evitar a propagação do novo coronavírus, com distanciamento, uso de máscaras e álcool em gel, elas se reúnem no jardim da Casa Scliar, em Cabo Frio, onde aprendem modelar a argila, pintar, queimar e inserir ilustrações que tratam sobre a cultura afro-brasileira. “Com a pandemia, precisamos nos adaptar para continuar próximos das comunidades, afinal, esta é uma das funções de um espaço cultural. O principal objetivo deste projeto é auxiliar na geração de renda neste período que mudou a realidade de muitas famílias, em especial, as chefiadas por mulheres”, explica Cristina Ventura, coordenadora da Casa Scliar e idealizadora do “Somos divas na luz do candeeiro”.

Além de colocar literalmente a mão na massa de argila, as alunas fazem uma imersão no universo da cultura, participam de discussões sobre patrimônio histórico nacional, arte e têm acesso ao curso Exercitando a Mentalidade Financeira, oferecido pela Academia Aegea, plataforma de educação corporativa da Aegea, grupo do qual a Prolagos faz parte. “A Prolagos tem como propósito melhorar a qualidade de vida da população onde atua, e, através dos programas de Responsabilidade Social, desenvolve ações voltadas a impactar positivamente o índice de desenvolvimento humano (IDH) dos municípios, em três frentes: saúde, educação e geração de renda. O que nos surpreende é ver em tão pouco tempo como um pequeno estímulo traz às participantes a eclosão de habilidades e atitudes criativas, sustentáveis e empreendedoras”, comenta Francine Melo, coordenadora e Responsabilidade Social da Prolagos.

Logo no primeiro encontro, as alunas vislumbraram a possibilidade de gerarem mais valor para as atividades que desenvolvem no quilombo por meio do turismo étnico ecológico, que atrai visitantes de diversos lugares do mundo. A associação promove um circuito de atividades de resgate da história e da cultura tradicional com trilhas e passeios em pontos turísticos de Búzios, como Mangue de Pedra, Ponta do Pai Vitório, Praia da Gorda, apresentações de música, de danças folclóricas e exposição do artesanato produzido pela comunidade. Para finalizar, os visitantes saboreiam um almoço e participam de uma experiência sobre a cozinha quilombola, degustando pratos típicos da culinária local.

Elizabeth Fernandes

A possibilidade de produzir os próprios utensílios foi muito comemorada pelas participantes. “Este projeto reforça a nossa própria história, pois quando criança usávamos lamparina em casa. Além disso, a oficina de cerâmica veio ao encontro aos nossos anseios, pois já queríamos trabalhar com a argila para produzir pratos, travessas e panelas para usarmos na nossa cozinha e agregar mais valor ao trabalho. Em breve, poderemos produzir os pratos onde serviremos a comida que fazemos e os visitantes ainda poderão leva-los como lembrança”, idealiza Elizabeth Fernandes, presidente da Associação dos Remanescentes do Quilombo de Baía Formosa.

O projeto “Somos Divas na Luz do Candeeiro” faz parte das comemorações do centenário de nascimento do pintor Carlos Scliar, patrono da casa museu, que representou a luminária rudimentar em diversas peças. As divas, nesta edição, são Cássia da Conceição, Eliza Fernandes, Elizete Antunes, Esília Pereira, Elizabeth Fernandes e Valquíria da Conceição. “São heroínas anônimas cujo superpoder consiste numa força imensurável para enfrentar inúmeros desafios diários, mesmo tendo sido privadas de muitos dos direitos e garantias fundamentais”, acrescenta Francine Melo.

A ação afirmativa visa dar projeção à história e cultura quilombola e está alinhada ao programa de diversidade e igualdade racial Respeito Dá o Tom, desenvolvido pela Prolagos e todas as empresas do grupo Aegea. Ao final das oficinas, as participantes receberão equipamentos e ferramentas para darem continuidade à fabricação das peças em suas casas e poderão utilizar o forno da instituição para finalizar a produção.